Lipograna
No início de 1960, um grupo de escritores europeus, liderados por franceses, iniciou experimentos misturando literatura com matemática.
Esse grupo foi denominado Oulipo, que vem a ser uma espécie de acrônimo de Ouvroir de Littérature Potentielle (Oficina de Literatura Potencial).
Um dos seus fundadores, Raymond Queneau, fez um livro de dez folhas com um soneto em cada folha (um soneto é composto de dois quartetos e dois tercetos, portanto com 14 versos, ou 14 linhas).
A originalidade do livro de Queneau consistiu no fato de que as linhas vinham cortadas, permitindo, por exemplo, que a primeira linha da primeira folha se associasse às múltiplas combinações possíveis com as demais linhas das folhas seguintes.
Dessa forma, aquele livrinho permitia a composição de 1014 sonetos que, segundo afirmava o autor, rimariam e fariam sentido.
Resta acreditar, uma vez que aquele número corresponde a 100 trilhões de sonetos. Humanamente impossível conferir a veracidade da afirmação.
Outro trabalho oulipiano, La Disparition, de Georges Perec, consistiu num livro de 300 páginas, no qual não aparece nenhuma letra e, a não ser, ironicamente, as quatro integrantes do nome do autor.
Ensaios sobre lipogramas, escritos no qual se omitem letras, foram feitos por escritores famosos: François Rabelais, Lewis Carroll (matemático e autor de Alice no País das Maravilhas), James Joyce, Jorge Luis Borges e Ítalo Calvino (que era membro da Oulipo).
Suponho que em cada língua ocorram dificuldades específicas para esse tipo de experimento. Um lipograma da letra e em inglês deve ser dificílimo, pois estudos de criptografia constataram que essa é a letra mais recorrente na língua de Shakespeare. Não tenho conhecimento de qual ela seria em português. Talvez seja o a; todavia, qualquer lipograma de vogal deve ser uma tarefa insana.
O leitor poderia tentar escrever um texto, digamos com 15 linhas, fazendo um lipograma, por exemplo, do o. Verá que não é coisa fácil...
De uma coisa tenho certeza: o nosso governo sabe fazer, como nenhum outro, “lipograna” no nosso salário...
Esse grupo foi denominado Oulipo, que vem a ser uma espécie de acrônimo de Ouvroir de Littérature Potentielle (Oficina de Literatura Potencial).
Um dos seus fundadores, Raymond Queneau, fez um livro de dez folhas com um soneto em cada folha (um soneto é composto de dois quartetos e dois tercetos, portanto com 14 versos, ou 14 linhas).
A originalidade do livro de Queneau consistiu no fato de que as linhas vinham cortadas, permitindo, por exemplo, que a primeira linha da primeira folha se associasse às múltiplas combinações possíveis com as demais linhas das folhas seguintes.
Dessa forma, aquele livrinho permitia a composição de 1014 sonetos que, segundo afirmava o autor, rimariam e fariam sentido.
Resta acreditar, uma vez que aquele número corresponde a 100 trilhões de sonetos. Humanamente impossível conferir a veracidade da afirmação.
Outro trabalho oulipiano, La Disparition, de Georges Perec, consistiu num livro de 300 páginas, no qual não aparece nenhuma letra e, a não ser, ironicamente, as quatro integrantes do nome do autor.
Ensaios sobre lipogramas, escritos no qual se omitem letras, foram feitos por escritores famosos: François Rabelais, Lewis Carroll (matemático e autor de Alice no País das Maravilhas), James Joyce, Jorge Luis Borges e Ítalo Calvino (que era membro da Oulipo).
Suponho que em cada língua ocorram dificuldades específicas para esse tipo de experimento. Um lipograma da letra e em inglês deve ser dificílimo, pois estudos de criptografia constataram que essa é a letra mais recorrente na língua de Shakespeare. Não tenho conhecimento de qual ela seria em português. Talvez seja o a; todavia, qualquer lipograma de vogal deve ser uma tarefa insana.
O leitor poderia tentar escrever um texto, digamos com 15 linhas, fazendo um lipograma, por exemplo, do o. Verá que não é coisa fácil...
De uma coisa tenho certeza: o nosso governo sabe fazer, como nenhum outro, “lipograna” no nosso salário...
Adalberto Nascimento
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